Por Cláudio Santos
Morreu na madrugada desta quarta-feira (18), aos 74 anos, a mãe do
governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). Maria Pires Perillo morreu
por falência múltipla dos órgãos no hospital Santa Helena, em Goiânia,
onde estava internada na UTI desde a segunda-feira (16). Ela foi
internada com infecção generalizada e estava em tratamento contra um
câncer mama havia sete anos.
A família foi notificada sobre a morte por volta das 3h. Segundo
informações da assessoria de imprensa do governo estadual, Perillo está
abalado e ainda não fez pronunciamento oficial sobre o ocorrido.
Além do governador, Maria Pires deixa outros três filhos, o marido e
netos. O velório ocorre no cemitério Parque Memorial, no km 8 da rodovia
GO-020, e o sepultamento acontecerá às 17h de hoje.
Perillo está sendo investigado por envolvimento com o contraventor
Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso em fevereiro pela
Polícia Federal. Cachoeira é acusado de diversos crimes e suspeito de
manter relações ilegais com empresas e agentes públicos, principalmente
em Goiás.
Perillo, que já prestou depoimento na CPI do Cachoeira,
instalada no Congresso Nacional, deve prestar novos esclarecimento na
comissão. Isso porque novas acusações contra ele foram divulgadas
recentemente por veículos de imprensa.
A última edição da revista Época afirmou que o governador teria recebido
propina para liberar o pagamento de créditos devidos pelo governo do
Estado à empreiteira Delta Construções, suspeita de envolvimento no
esquema. O acerto teria ocorrido por meio da venda da casa do Perillo,
onde Cachoeira foi preso pela Polícia Federal.
O requerimento que o PSOL apresentou à CPI para ouvir novamente o governador afirma
que a venda da casa teria sido feita com sobrepreço de R$ 500 mil,
pagos pela Delta, com a finalidade de viabilizar a liberação do
pagamento de uma dívida de R$ 8,59 milhões do governo estadual com a
empreiteira. Coincidentemente, aponta a legenda, as datas de compensação
dos cheques usados no pagamento da casa batem com as liberações das
parcelas de pagamento à Delta.
Em nota oficial divulgada na tarde de segunda-feira (16), o governador classificou de “infame e desleal” a reportagem da revista.
De acordo com a nota, não cabe a ele, como a qualquer outra pessoa que
esteja se desfazendo de um bem, investigar a origem dos recursos usados
para o pagamento. Perillo encerra dizendo que “um grupo dentro da CPMI
trata de transformá-la em tribunal de exceção com um só alvo: o
governador de Goiás, por ser adversário do PT."
Na terça-feira (17), o jornal “O Globo” teve acesso a novas escutas da
Polícia Federal que sugerem que Cachoeira pagava as contas de
secretários de Estado de Goiás por meio da Delta. Em algumas gravações, o
contraventor se mostra irritado com a dificuldade de emplacar suas
indicações na máquina administrativa estatal.
Em mais de oito horas de depoimento à CPI no dia 12 de junho, Marconi
Perillo negou ter qualquer relação de proximidade com o contraventor.
Disse jamais ter tido contato com o dono da Delta, Fernando Cavendish, e
declarou ter vendido de forma legal e de boa fé a casa.
Com informações do UOL em Brasília e Agência Senado
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