Por Cláudio Santos
Punidas por problemas na qualidade dos serviços oferecidos, as empresas
de telefonia celular "falharam" ao calcular a demanda por seus
produtos, avaliou nesta quinta-feira (19) o secretário-executivo do
Ministério das Comunicações, Cezar Alvarez.
"É fruto de um erro de cálculo. Descasaram o arrojo dos planos com a
infraestrutura. Houve uma falha das empresas. Se alguém vai tipificar
essa falha, fazer juízo de mérito, ou adjetivar boa fé, ou má fé, não é
responsabilidade nossa. A empresa é punida pelo próprio mercado. Pela
capacidade do cidadão reclamar e consumir (...) Invista, ou não venda",
declarou Alvarez a jornalistas.
Na quinta-feira, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou a suspensão, a partir do próximo dia 23, das vendas de "chips" para telefonia móvel e internet banda larga, da Oi, TIM e Claro. Em cada estado do país, será suspensa a venda de chips de uma operadora – a que tiver apresentado o pior desempenho no local.
Nesta quinta, as ações da TIM continuam liderando as perdas.
Os papéis da empresa caíam 8,88% às 15h16. Por outro lado, as ações da
preferenciais da Oi subiam 4,36% e as ordinárias, 1,47%. Na véspera, as
ações preferenciais da Oi caíram 4,47%, para R$ 9,17; e as ações da TIM
caíram 2,77%, a R$ 9,46. A Claro não é negociada na bolsa.
A decisão da Anatel, no que se refere à Claro, engloba os estados de Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Sobre a Oi, a decisão da Anatel abrange os estados de Amazonas, Amapá, Mato Grosso do Sul, Roraima e Rio Grande do Sul. No caso da TIM,
a suspensão da venda de chips engloba os seguintes estados: Acre,
Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás,
Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia e Tocantins.
"As empresas, de forma diferenciada, têm mantido um volume alto de
investimento, em torno de R$ 20 bilhões por ano, com diferenças. Não
conheço da regionalidade destes investimentos. Elas têm respondido à
altura para trazer cada vez mais e melhores serviços. O que acontece é
que o volume de brasileiros dispostos, e com dinheiro a consumir, levou à
uma defasagem na rede móvel e capacidade de volume", afirmou Cezar
Alvarez, do Ministério das Comunicações.
Ações do governo federal
O secretário-executivo do Ministério das Comunicações afirmou ainda que o governo segue trabalhando em ações para melhorar a qualidade na prestação dos serviços de telecomunicações.
O secretário-executivo do Ministério das Comunicações afirmou ainda que o governo segue trabalhando em ações para melhorar a qualidade na prestação dos serviços de telecomunicações.
Ele lembrou que o regime especial concederá isenção de PIS e Cofins e
do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) para serviços e
roteadores, por exemplo. Anunciado em fevereiro do ano passado, a medida
está na MP 563, aprovada recentemente pela Câmara dos Deputados, e que
ainda tem de passar pelo crivo do Senado Federal. Assim que
implementada, a medida representará, segundo Cezar Alvarez, uma economia
de custo de 17% a 25% nos serviços e produtos abrangidos.
O secretário-executivo também citou a possibilidade futura de
"compartilhamento de infraestrutura pública", como linhas de
transmissão. Segundo ele, esse projeto precisa de "retoques" antes de
ser enviado ao Congresso Nacional. O instrumento jurídico, segundo ele,
ainda não foi definido.
Outra ação do governo é na legislação para antenas de telefonia
celular. "É supercomplexa. Estamos trabalhando em um país federativo. Em
alguns municípios, que sobre o espaço urbano legisla o prefeito e a
Câmara de vereadores, queremos ter um padrão de legislação comum. Os
municípios ficaram com a parte de proteção da paisagem, do sítio
histórico, a preservação da sua orla, de monumentos históricos e
paisagens", declarou ele.
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