Até
0h30, a rebelião que começou no fim da tarde desta terça-feira (10) na
Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) do Cabo de Santo
Agostinho, no Grande Recife, parecia controlada, apesar de o Batalhão de
Choque permanecer dentro da unidade. O presidente da Funase, Alberto
Vinícius, confirmou três mortes. Duas vítimas foram carbonizadas (e uma
delas ainda teve a cabeça decapitada) e outra faleceu por asfixia,
segundo o Instituto de Criminalística (IC). A unidade tem capacidade
para receber 166 jovens do sexo masculino, com idades entre 17 e 21
anos, mas abriga 368 pessoas atualmente.
O
Governo do Estado se comprometeu a prestar esclarecimentos sobre o
caso nesta quarta-feira (12), às 15h. Estarão na coletiva, cujo local
ainda não foi informado, a secretária da Criança e Juventude, Raquel
Lira, o secretário da Casa Civil, Tadeu Alencar, e o presidente da
Funase, Alberto Vinícius.
O tumulto começou por volta das 17h no Pavilhão A, conhecido como Ala
de Segurança, onde ficam os jovens que cometeram infrações mais graves.
Os internos dizem que estão insatisfeitos com a atual administração.
Três agentes socioeducativos foram feitos reféns durante três horas. A
diretora Suzete Lúcio assumiu o comando em novembro do ano passado, no
lugar do coronel Leandro da Silva.Durante a confusão, o fogo ateado
pelos reeducandos podia ser visto do lado de fora, assim como muita
fumaça. Enquanto cerca de 30 policiais do Batalhão de Choque
preparavam-se para entrar na unidade, pedras eram arremessadas pelos
reeducandos contra eles. Após a entrada do Choque, disparos eram
ouvidos a todo tempo, já que foram usadas balas de borracha e bombas de
efeito moral para conter o tumulto.
JC
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