" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Banca de jogo do bicho funciona ao lado de ministério em Brasília

 bicheiro
Homem segura máquina de jogo do bicho enquanto cliente aguarda resultado da aposta. Jogo é ralizado embaixo de árvore próxima ao anexo do Ministério da Saúde
Por Cláudio Santos
Homem segura máquina de jogo do bicho enquanto cliente aguarda resultado da aposta. Jogo é ralizado embaixo de árvore próxima ao anexo do Ministério da Saúde

A prisão do contraventor Carlinhos Cachoeira, acusado de comandar um esquema de jogos ilegais que tinha ramificações em empresas e indícios de ligações com o Legislativo e Executivo, reacendeu a discussão sobre os jogos ilegais no Brasil. A legislação brasileira classifica como ilegal a prática de jogos de azar, jogo do bicho, bingo e caça níquel. Mas a contravenção é muitas vezes ignorada pela população, que tolera a prática em locais públicos, em plena luz do dia. A reportagem do R7 flagrou bancas de jogo do bicho funcionando durante o dia, em locais abertos e próximos às sedes do poder político do País.

A cena é conhecida de quem circula na região dos prédios anexos à Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Próximo ao prédio anexo ao Ministério da Saúde, um homem que aparenta ter mais de 60 anos faz livremente o jogo do bicho. Basta chegar, dizer os números e receber na hora o comprovante da aposta.

Bem próximo dali, no estacionamento do prédio anexo ao Ministério da Fazenda, um grupo de pessoas se aglomeram embaixo de árvores para jogar dominó e bater papo. Uma kombi lotada de bebidas e lanches serve a funcionários públicos que trabalham na região. O dono do comércio informal sabe que aquela região existe jogo do bicho, inclusive bem próximo dele. Quando questionado se ali tem como fazer uma “fezinha”, de pronto ele responde.

— Os caras foram presos dias atrás. A polícia esteve aqui e levou tudo. Acho até que estão presos ainda porque não tem dinheiro para pagar a fiança.

De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, de janeiro a maio de 2012 houve um redução de 36,2% no registro de ocorrências de jogo do bicho, em relação ao mesmo período do ano passado. No caso de jogos de azar, que engloba jogos praticados dentro de bingo, a redução foi de 7,3% para o mesmo período analisado.
Os dados da Polícia Civil também revelaram que este ano o local onde foram registradas mais ocorrências de jogo do bicho foi Brasília. A segunda região administrativa do DF com mais registros foi Taguatinga. No ano passado, Ceilândia registrou o maior número de casos com 21 ocorrências.



O delegado André Vitor Espírito Santo, responsável pela Delegacia de Repressão a Pequenas Infrações, explica que a maioria das pessoas que promove o jogo do bicho são perigosas e estão associadas a outros tipos de infrações graves. Segundo o delegado, eles são detidos e quando são liberados apenas mudam de lugar, mas continuam atuando.

— Essas pessoas continuam agindo depois que assinam o termo circunstanciado e são liberadas. Apenas mudam de lugar para não ser pegas novamente.

A contravenção, como é tratada a prática de jogo do bicho pela legislação brasileira, está sujeita a pena de quatro meses a um ano e pagamento de multa estipulada pelo juiz. No ato da prisão, o suspeito apenas assina um termo circunstanciado e é liberado.

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