Port Cláudio Santos
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ayres Britto, vai
despachar nesta segunda-feira (2) em uma sala do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ). O gabinete dele no Supremo foi interditado após a fachada
de vidro do prédio ter sido destruída neste domingo pelo voo rasante de um caça da Força Aérea.
Segundo o STF, a recolocação dos vidros deve ter início nesta
terça-feira (3). A corte ainda não tem estimativas da quantidade de
salas afetadas nem do prejuízo. Britto ainda não tem prazo para voltar a
despachar no Supremo. O CNJ funciona em um prédio anexo ao do Supremo.
Britto foi o único dos 11 ministros do STF a ter a sala interditada
após a destruição das placas de vidro causadas por ondas sônicas de um
Mirage F-2000, que participava da cerimônia da troca da bandeira na
Praça dos Três Poderes. O internauta Cacá Barros registrou o momento em
que os vidros são destruídos após a passagem do avião.
Segurança olha fachada de vidro do Supremo destruída após passagem de caça da FAB em voo rasante neste domingo (1) (Foto: Fausto Carneiro)
Na manhã desta segunda, funcionários do STF ainda faziam a limpeza dos
vidros na frente do prédio e na lateral do edifício. Servidores das
salas que permanecem interditadas foram realocados para outros setores
enquanto é feita a retirada dos vidros.
Segundo a assessoria de Britto, o presidente do STF foi informado dos
danos causados à fachada pelo comandante da Aeronáutica Juniti Saito
logo após a queda dos vidros. Neste domingo, a Aeronáutica divulgou uma
nota dizendo que investigava o caso e pagaria pelos reparos.
A cerimônia de troca da bandeira contou com dois caças da FAB, que
podem atingir 2,2 vezes a velocidade do som, e uma apresentação da
Esquadrilha da Fumaça. O evento teve início por volta das 10h. A troca
da bandeira ocorre mensalmente, sempre no primeiro domingo de cada mês.
Susto
O voo dos caças assustou quem acompanhava a cerimônia. “Um jato passou muito baixo, levantou poeira, tremeu o chão e o vidro quebrou, Não estava esperando”, disse o estudante Lucas da Silva.
O voo dos caças assustou quem acompanhava a cerimônia. “Um jato passou muito baixo, levantou poeira, tremeu o chão e o vidro quebrou, Não estava esperando”, disse o estudante Lucas da Silva.
“Chegou a abrir [a copa] das árvores. Assustou”, afirmou Ismail da
Silva, que viu o momento em que os vidros foram estilhaçados. A baixa
altitude do caça também foi notada pelo vendedor de água Matheus
Carvalho. “Eu estava distraído e do nada ele apareceu. Ele estava muito
baixo”, disse.
"Eu fiquei assustada, porque eles vêm do nada", disse Delmary
Vasconcelos, que mora em Brasília há um mês e também acompanhava a
cerimônia da troca da bandeira. Ela disse que só reparou que os vidros
haviam sido quebrados após a passagem dos caças. "O barulho não dá para
ouvir nada. Eu estranhei que ele estava muito baixo", disse.
G1
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