Um posto de saúde sem médico e uma ambulância sem motorista. A
ausência de pessoal especializado pode ter sido um dos elementos que
impediram uma vida de ser salva, nesta quarta-feira (27), na praia de
Serrambi, em Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Por volta
das 7h30, uma criança de três anos deu entrada no Posto de Saúde do
centro de Serrambi vítima de choque elétrico. Na ocasião, o médico
plantonista não se encontrava na unidade, pois havia deixado o local
antes do fim de seu plantão, que terminaria às 8h. A criança, Jonatans
Vasconcelos, foi atendida por enfermeiros, que acionaram o Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas, infelizmente, o menino não
resistiu.
A família da criança reclamou que a falta do atendimento de urgência
pode ter causado a morte de Jonatans. De acordo com o tio do menino, o
marinheiro Josias Vasconcelos Sátiro Barbosa, 31, o garoto chegou ao
posto médico vivo. “Quando chegamos não tinha médico. Pedimos para levar
meu sobrinho para outro hospital, mas disseram que não tinha motorista
para conduzir a ambulância. Então, peguei meu carro e tentei socorrer o
menino, mas não deixaram a gente entrar e pegar ele”, asseverou.
Vizinha da família, a doméstica Ana Lúcia Maria da Silva, 27, foi
quem levou Jonatans ao posto médico. Ela reafirmou que o menino ainda
estava vivo quando chegou à unidade de saúde médico e explicou como o
acidente aconteceu. “Estava com a mãe dele conversando em frente à casa
deles. Aí o menino disse assim: ‘mãe, vou ao banheiro’ e entrou. Como
demorou muito, ela foi a procura dele e só ouvi os gritos. Ele estava
desmaiado no chão. Peguei a criança no colo e corri até o posto. O
bichinho estava desacordado, mas respirando e com o coração batendo. Eu
chamava pelo nome dele e ele gemia. Entregamos o menino vivo lá no
posto”, destacou.
Ainda segundo a doméstica, Jonatans foi eletrocutado por um
ventilador que ficava no quarto da mãe. “O ventilador estava sem o botão
de ligar e desligar. Ele deve ter mexido ali, o botão caiu e, então,
ele teve contato com uma parte que estava vazando corrente”, continuou
Ana Lúcia.
A reportagem da Folha de Pernambuco procurou a direção do posto de
saúde. Conforme o coordenador médico da unidade, Danton Cavalcante, é
fato que o médico que estava de plantão saiu do expediente antes da
hora. Danton chegou ao posto às 8h, horário que iniciou o seu plantão.
“Não sabemos o motivo, mas o colega deixou o posto antes da hora, e ele
não poderia ter feito isso. Trabalhamos 24 horas e ele só poderia ter
largado quando eu chegasse”, revelou.
Informado do caso do garoto, Danton Cavalcante examinou o menino, que
já estava morto. “Recebi um telefonema pedindo para eu me apressar.
Quando examinei a criança constatei que ela já estava sem pulso, com as
pupilas bastante dilatadas e sem batimentos cardíacos. Infelizmente, o
menino já havia morrido”, explicou. O coordenador preferiu preservar o
nome do médico que não estava no posto quando o menino chegou, mas
garantiu que haverá uma investigação. “Afastamos o colega imediatamente,
por tempo indeterminado. A Secretaria de Saúde vai apurar os fatos e
tomar as medidas cabíveis”.
Fonte: Folha de PE
a falta de hospitalidade é muito grande aqui no brasil. o governo mostra melhoras, mas esconde o que ha de ruim em todo setor... o Brasil merece justiça! Um país tão grande como esse, não merece passar por despercebido!
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