" Sigo em frente, pra frente eu vou
sigo enfrentando as ondas onde muita gente naufragou ..."



sábado, 30 de junho de 2012

Eleições 2012: Eleição não é concurso público


Por Cláudio Santos
Humberto Costa (PT) e Mendonça Filho DEM), disseram mais ou menos a mesma coisa sobre a candidatura de Geraldo Júlio à Prefeitura do Recife, pelo PSB. "Eleição não é concurso público", assim podemos traduzir o pensamento do petista e do democrata, que pleiteiam o mesmo cargo do socialista.

Geraldo é um técnico que não conhece a capital pernambucana como os outros. Foi inventado pelo governador Eduardo Campos e adotará um discurso parecido com o de Antônio Dourado em Garanhuns, o de gerente, de técnico competente. Se pretendia também que ele fosse o novo na eleição, ideia abalada na escolha do vice, Luciano Siqueira. É boa gente, porém é um veterano em política e está filiado ao mais antigo partido comunista do país. Essa chapa tem tudo para sofrer uma acachapante derrota, contudo a campanha ainda nem começou. Vamos aguardar.

Mendonça Filho representa o conservadorismo, a antiga direita nascida a partir da Arena, PDS, PFL e que terminou nesse minguado DEM. Apesar de sua simpatia e aparente simplicidade, de ter sido governador, não tem a identificação necessária com o Recife, talvez por conta de sua origem interiorana e sua prática política em Belo Jardim e outras cidades do Agreste. Nem a divisão do PT e das esquerdas parece capaz de impulsionar Mendoncinha para uma vitória, pois o eleitorado da capital não parece disposto a um retrocesso.

Por fim temos a chapa "puro sangue" do PT, com o senador Humberto Costa e o deputado João Paulo. Os dois com uma história de luta no partido e na sociedade. Começaram quando o Partido dos Trabalhadores não eram nada, viviam nas redações dos jornais cavando espaço e disputando eleições sem perspectiva de vitória. Perderam eleições majoritárias, chegaram ao parlamento, insistiram, até que conquistaram a altos cargos em Pernambuco e no Brasil.

João Paulo foi o melhor prefeito do Recife nos últimos 40 ou 50 anos. Humberto tem a experiência de vereador, deputado estadual, deputado federal, ministro e senador. Deixar de votar nesses dois para apostar num técnico desconhecido, que poderá ser o máximo ou o mínimo? Só se der uma louca no povo da capital ou os petistas fizerem muita merda na campanha, hipóteses pouco prováveis.

Mendonça e Humberto, em campos opostos, fizeram uma constatação inteligente. "Eleição não é concurso público". Quem é candidato a prefeito não precisa necessariamente ser técnico, saber biologia, português ou matemática. Precisa antes de tudo ter história, conhecer a cidade, as pessoas, experiência na vida pública, pois já está provado que política é para quem é do ramo. Normalmente toda vez que se escolhe alguém de fora da atividade dá errado. Aqui mesmo em Garanhuns temos bons exemplos disso. Em Recife também.

A eleição da capital interessa a todo Pernambuco. Tem consequências no pleito de governador, influi nas disputas dos outros municípios do Estado. Que vença o melhor para os recifenses e pernambucanos.

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Nas fotos Humberto Costa (PT) e Geraldo Júlio (PSB), candidatos à prefeitura do Recife).
 
Fonte: Roberto Almeida

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