Por Cláudio Santos
As
benesses públicas para os partidos políticos alimentam a proliferação
de legendas no País. Já há 30 em funcionamento e pelo menos 22 em
processo de regularização, com parte da documentação necessária já
apresentada à Justiça Eleitoral. Não está nessa conta a Rede, partido
que a ex-presidenciável Marina Silva e seus aliados estão formando, com o
objetivo de disputar as eleições de 2014. Na lista de candidatos a
partido há os de inspiração religiosa (Partido Cristão, Partido
Liberal Cristão, Partido Cristão Nacional), classista (Partido dos
Servidores Públicos e dos Trabalhadores da Iniciativa Privada do
Brasil, Partido dos Estudantes, Partido Militar Brasileiro) e até de
gênero (Partido da Mulher Brasileira). Um deles se apresenta apenas
como Partido Novo.
Todos
sonham em seguir os passos do Partido Pátria Livre (PPL), que obteve
registro no Tribunal Superior Eleitoral em 2011 e disputou cargos pela
primeira vez nas eleições de 2012. 0 PPL recebeu R$ 500 mil de
recursos públicos do Fundo Partidário no ano passado. O Partido
Ecológico Nacional (PEN), que ainda nem disputou eleições, embolsou R$
281 mil no período. Para o cientista político Humberto Dantas,
professor do Insper, o Poder Judiciário é um dos principais responsáveis
pela proliferação de partidos – em 2006, o Supremo Tribunal Federal
considerou inconstitucional a chamada cláusula de barreira, que
limitava o acesso de legendas menores a recursos públicos e ao horário
eleitoral. “A Justiça matou a cláusula de barreira, claramente atendendo
a pedidos de partidos médios, que eram prejudicados pela regra”,
afirmou Dantas. (Do Estado de S. Paulo)
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