Por Claúdio Santos
Subiu
para 24 o número de mortos em Petrópolis, na região serrana, de acordo
com balanço divulgado às 15h30 pela Defesa Civil. Os bairros onde foram
encontradas vítimas do temporal de domingo (17) à noite são:
Quitandinha, Independência, Doutor Thouzet, Alagoas, Lagoinha e Bingen.
Segundo os bombeiros, a chuva forte culminou em 21 pontos de
escorregamento ou alagamento no município.
A Defesa Civil informou ainda que continua atuando com cerca de 250
militares e agentes em apoio à cidade. O Cestad (Centro Estadual de
Administração de Desastres) continua monitorando as condições do tempo e
ocorrências nas cidades afetadas pelas chuvas.
Quatro bairros embaixo d'água
O município, que, em 2011, foi devastado por um forte temporal,
voltou a sentir os efeitos do mau tempo. Durante o temporal, os rios
Quitandinha e Piabanha transbordaram, deixando quatro bairros inteiros
debaixo d'água: Quitandinha, Alto Independência, Morin e Alto da Serra.
Segundo a Defesa Civil do Estado, sirenes de alerta foram acionadas em
nove comunidades.
O prefeito de Petrópolis decretou feriado nas escolas do município por causa do mau tempo. Na
manhã de segunda-feira, a rodovia Rio-Petrópolis registrava pontos de
interdição na subida e na descida da serra, em consequência da queda de
barreiras ao longo da via. A via só foi totalmente liberada no fim da tarde.
Duque de Caxias
O prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, sobrevoava o
município da Baixada Fluminense, nesta terça-feira (19), às 11h, para
avaliar os estragos causados pela chuva que atingiu a cidade no domingo
(17). A área mais afetada pelo temporal foi terceiro distrito, Santa Cruz da Serra. Também houve estragos nos bairros: Parque Paulista, Parada Morabi e Jardim Anhangá.
Segundo a prefeitura, ao todo são 208 desalojados, que estão em três
abrigos montados em igrejas da região. Uma delas, a Nossa Senhora da
Conceição, está concentrando as doações de roupas e comida para os
desalojados. A igreja fica na avenida Automóvel Clube, sem número, em
Santa Cruz da Serra.
Ainda segundo a Prefeitura de Duque de Caxias, o nível dos rios da
região voltou ao normal, o que deve ajudar nos trabalhos de recuperação
das áreas afetadas.
A administração municipal montou postos de vacinação e a Defesa Civil
montou três postos de atendimento médico: dois, em Santa Cruz da Serra,
e um, em Xerém, distrito que já havia sido castigado pela chuva em
janeiro, e voltou a sofrer com o temporal de domingo.
Ajuda da Cruz Vermelha
A
Cruz Vermelha está recolhendo doações de água mineral, alimentos não
perecíveis, material de higiene pessoal e coletiva para as vítimas das
chuvas em Petrópolis, na região serrana, e Duque de Caxias, na Baixada
Fluminense. O material pode ser encaminhado à sede da instituição na praça da Cruz Vermelha, número 10, segundo andar, centro do Rio.
A entidade também informou que vai mandar, nesta terça-feira, uma
equipe de psicólogos voluntários para auxiliar pessoas que perderam
parentes e amigos na tragédia, ou os que ficaram abalados pelas perdas
de seus bens materiais.
Capital Fluminense
O município do Rio de Janeiro saiu do estágio de atenção às 9h desta
terça, segundo informações do Centro de Operações da prefeitura. O Rio
estava em estágio de atenção desde às 16h25 de domingo (17).
O estágio de atenção, o segundo de uma escala de quatro, é
caracterizado pela possibilidade de chuva moderada, a ocasionalmente
forte, nas próximas horas.Já o estágio de vigilância indica ausência de
chuva ou ocorrência de chuva fraca.
Na segunda-feira (18), as ruas do centro e zona portuária do Rio
amanheceram debaixo d'água após o temporal de domingo. Pedestres e
motoristas precisaram de paciência para driblar os alagamentos. A chuva
derrubou árvores, bloqueando ruas e avenidas nas zonas norte e oeste. O aeroporto Santos Dumont, no centro, chegou a fechar para pousos por 15 minutos.
O Centro de Hidrografia da Marinha chegou a emitir um alerta para o
risco de ressacas no litoral do Rio, com previsão de ondas de 2,5 m a 3
m.
No último dia 5 de março, um temporal deixou cinco mortos no Rio, além de causar alagamentos e transtornos. Na ocasião, o Estado do Rio registrou a ocorrência de 9.079 raios em três horas de tempestade,
segundo o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).Com 2.149
descargas elétricas em três horas de chuva, a capital fluminense bateu o
recorde de incidência de raios por dia deste ano.
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